Alcolumbre critica interferência do governo Lula e pede agilidade na sabatina de Messias
Presidente do Senado defende a prerrogativa da Casa e aponta para a possibilidade de rejeição da indicação ao STF.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), expressou neste domingo (30) sua insatisfação com o que considera uma interferência indevida do governo federal na sabatina de Jorge Messias, indicado por Lula (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina está agendada para o dia 10 de dezembro, e Alcolumbre defende que o prazo deve ser respeitado.
Segundo Alcolumbre, é perplexo que a mensagem oficial ainda não tenha sido enviada ao Senado, mesmo após a indicação ter sido publicada no "Diário Oficial". Ele alega que o governo Lula parece tentar interferir no cronograma da Casa, o que é uma prerrogativa exclusiva do Senado.
Até o momento, o governo não forneceu os documentos necessários para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) possa realizar a sabatina. A análise completa da documentação, que inclui histórico profissional e certidões, é essencial para o prosseguimento do processo.
Em sua defesa, Alcolumbre afirmou que o prazo para a sabatina é coerente com as indicações anteriores, permitindo que a definição ocorra em 2025, o que evitaria longas delongas criticadas em outros momentos.
Por outro lado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), respondeu às críticas, ressaltando que o governo não tem intenção de rebaixar suas relações com o Senado a práticas de fisiologismo. Ela afirmou que a relação entre o governo e a presidência do Senado tem sido respeitosa em sabatinas passadas.
Alcolumbre, por sua vez, destacou que a tentativa do Executivo de criar a impressão de que divergências são resolvidas por meio de acordos de interesse é uma tática antiga para desqualificar opositores. Ele reafirmou que tanto o Presidente da República quanto o Senado têm prerrogativas que devem ser respeitadas.
A tensão política gerada pela escolha de Messias tem preocupado senadores, que temem as consequências de uma possível rejeição. Essa situação poderia desencadear uma crise sem precedentes, já que a última negativa a uma indicação ao STF ocorreu no século 19.
Alcolumbre afirmou que possui apoio suficiente para barrar a indicação, sinalizando que, mesmo que o governo consiga apoio, ele está disposto a reduzir o tempo de votação.