O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reafirmou seu apoio à indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Alcolumbre deixou claro que não fará esforços para viabilizar a aprovação de Jorge Messias, advogado-geral da União e aliado do presidente Lula (PT).

A indefinição sobre a nomeação está fazendo com que Pacheco adie decisões sobre seu futuro político, incluindo uma possível candidatura ao Governo de Minas Gerais, que tem o apoio de Lula. Senadores avaliam que Alcolumbre não irá nem ajudar nem obstruir a candidatura de Messias, e não é esperado que ele prolongue a sabatina, como ocorreu em 2021 com a indicação de André Mendonça durante o governo de Jair Bolsonaro.

Durante uma conversa direta com Lula no dia 20, Alcolumbre expressou que apoiar Messias seria como trair um amigo, referindo-se a Pacheco. Apesar da amizade entre os senadores, a maioria dos colegas está a favor da indicação de Pacheco ao STF, embora alguns manifestem que votarão por Messias, mas não farão campanha.

Os parlamentares ressaltam que o Senado tem uma oportunidade histórica de ter um ex-presidente da Casa no STF. Um líder do Senado mencionou que, se não fosse pela aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, Lula nem cogitaria uma indicação agora.

Enquanto Pacheco não decide sobre sua candidatura ao governo, seu partido, o PSD, já definiu Matheus Simões, atual vice-governador, como candidato. Aliados de Pacheco aconselham que ele não busque outro partido antes da definição de Lula sobre a indicação ao STF, pois sua legenda está em processo de reorganização.

Embora senadores da base de Lula desconversem sobre a falta de apoio ao petista em Minas Gerais, afirmam que Pacheco não deve ser responsabilizado por essa situação. Para muitos, está claro que o senador não tem interesse em se candidatar ao governo, apesar dos planos de Lula.

Auxiliares de Lula afirmam que a resistência a Messias deve se dissipar assim que a indicação for formalizada. O presidente ainda planejava anunciar Messias antes de uma viagem à Ásia, mas decidiu adiar após a reunião com Alcolumbre. Lula deseja conversar pessoalmente com Pacheco antes de formalizar sua escolha.

A aposentadoria de Barroso estava programada para 2033, mas foi antecipada, criando uma nova dinâmica nas indicações do STF, já que o próximo presidente poderá nomear até três ministros até 2030.