Aprovação de Gonet serve de alerta para Lula sobre possível indicação de Messias ao STF
Resultado apertado evidencia a influência do Senado nas decisões do governo e o peso político de Davi Alcolumbre.

(FOLHAPRESS) - A recente recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR), com um apertado placar de 45 votos a 26, levantou preocupações entre ministros do STF e senadores sobre a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula. O resultado representa o maior desafio ao governo desde a redemocratização, sinalizando as dificuldades que Messias pode enfrentar.
A aprovação de Gonet, além de reforçar a posição de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) como um ator político central, sugere que o Senado terá um papel crucial na validação das indicações do presidente. Alcolumbre expressou preferência pela indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, em vez de Messias, o atual advogado-geral da União.
Para que a indicação ao STF seja aprovada, é necessário o apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores, em votação secreta. Sem o suporte do grupo de Alcolumbre, o governo pode ter dificuldades para reunir os votos necessários.
Após a votação de Gonet, alguns membros da base governista tentaram relativizar o impacto do resultado na indicação de Messias, ressaltando que o presidente já está ciente das dificuldades e continua a apoiar o chefe da AGU. A expectativa é que as resistências diminuam após a indicação oficial, embora haja preocupações de que a oposição possa se mobilizar mais fortemente em relação ao STF.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que o resultado da votação de Gonet indica que o governo pode enfrentar dificuldades se os blocos de apoio se fragmentarem. Ele já se posicionou contra Messias, lembrando o compromisso de Lula de não indicar aliados políticos ao STF.
Por outro lado, parte da oposição pode considerar apoiar Messias, especialmente em função da possibilidade de um novo evangélico na corte, ao lado de André Mendonça. As articulações no Senado ainda estão em andamento, e a influência de Alcolumbre será decisiva para o futuro da indicação.