segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Bolsa de Valores atinge recorde de 161 mil pontos; dólar recua com dados industriais

Expectativa de corte de juros e dados fracos da indústria influenciam mercado financeiro

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Bolsa de Valores atinge recorde de 161 mil pontos; dólar recua com dados industriais
Foto: Divulgação

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa de Valores brasileira alcançou um novo recorde de fechamento nesta terça-feira (2), ultrapassando pela primeira vez a marca de 161 mil pontos.

O índice Ibovespa, que mede o desempenho das ações no país, subiu 1,50% e terminou o dia aos 161.092 pontos, um novo patamar histórico também para o índice intradiário. Esse movimento foi acompanhado por uma queda de 0,53% no dólar, que fechou cotado a R$ 5,329.

O desempenho positivo da Bolsa foi impulsionado por números decepcionantes da indústria brasileira e pela expectativa de um possível corte na taxa de juros em 2026. O cenário eleitoral do próximo ano também se tornou um foco de atenção dos investidores.

No acumulado do ano, o dólar acumula uma desvalorização de 13,76%, enquanto a Bolsa registra uma alta de 33,63%.

Os investidores reagiram a dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostraram um crescimento da produção industrial de apenas 0,1% em outubro em relação a setembro, bem abaixo da previsão de alta de 0,4% feita por analistas da Reuters. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 0,5%, em contraste com a expectativa de um aumento de 0,2%.

Analistas afirmam que a alta taxa básica de juros, atualmente em 15%, tem encarecido o crédito e dificultado a recuperação do setor industrial. Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, destacou que os dados fracos da indústria refletem uma desaceleração econômica e sugerem que o mercado já está precificando um eventual corte na taxa de juros, possivelmente no início do próximo ano.

Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, também concordou com essa análise ao afirmar que os dados confirmam um cenário de atividade econômica reduzida, o que pode facilitar o início do ciclo de cortes no primeiro trimestre de 2026.

Os sinais emitidos pelo Banco Central têm sido contraditórios. Gabriel Galípolo, presidente da instituição, comentou em um evento recente que o mercado de trabalho apresenta um desempenho robusto, o que exige uma postura cautelosa do BC. Entretanto, Nilton David, diretor de Política Monetária, indicou que a expectativa é de cortes na taxa Selic no futuro, embora não tenha especificado quando isso pode ocorrer.

O Banco Central se reunirá nos dias 9 e 10 de novembro para sua última decisão de política monetária do ano, com a expectativa de manutenção da Selic em 15%.

Além disso, o cenário eleitoral também está afetando a Bolsa, com pesquisas indicando um empate técnico entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta terça-feira mostra Lula com 49% dos votos e Tarcísio com 47%, dentro da margem de erro. Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, a volatilidade deve marcar o ano eleitoral, impactando a taxa de câmbio.

No cenário internacional, analistas observam atentamente as expectativas de cortes na taxa de juros