segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Bolsonaristas consideram recuo de Trump como derrota para Eduardo Bolsonaro

Aliados do PL veem decisão como um golpe na estratégia do deputado nos EUA e reforçam a ideia de interesses comerciais do governo americano.

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Bolsonaristas consideram recuo de Trump como derrota para Eduardo Bolsonaro
Foto: Divulgação

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A decisão do governo Trump de não aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi interpretada por membros do bolsonarismo como uma clara derrota política para o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e sua estratégia nos Estados Unidos.

Entre os aliados do PL, a sensação predominante é de que essa reviravolta enfraquece a narrativa defendida por Eduardo e evidencia que as ações do governo americano sempre estiveram atreladas a interesses comerciais, e não a um alinhamento político com a direita brasileira.

De maneira reservada, parlamentares e dirigentes do partido consideraram o resultado “péssimo” e “aterrador”. Um deputado expressou sua frustração ao afirmar que Trump usou o grupo politicamente, apresentando-se como defensor da liberdade e democracia, mas recuando abruptamente. Para esse grupo, a decisão desfaz um dos pilares da política externa dos EUA e mostra que Trump agiu em função de seus próprios interesses.

Os aliados também observaram que o governo americano poderia ter mantido a sanção por mais tempo como um gesto simbólico, especialmente em um momento crítico, após a prisão definitiva de Jair Bolsonaro. Essa decisão aumentou a sensação de abandono entre a base do ex-presidente.

No Congresso, o clima foi de descontentamento. O deputado Bibo Nunes (PL-RS) demonstrou seu choque com a retirada da sanção, considerando decepcionante a postura do governo Trump.

— Estou profundamente chocado com essa retirada da Lei Magnitsky. Depois de tanta veemência contra Alexandre de Moraes, é decepcionante — lamentou.

Alexandre de Moraes havia sido incluído na lista de sancionados em julho, quando Trump também impôs uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, justificando a ação pela atuação do ministro na investigação que levou à condenação de Jair Bolsonaro.

Nos bastidores do PL, a percepção é de que o recuo não muda a visão do governo americano sobre Moraes, mas encerra as expectativas de consequências práticas para o ministro. Apesar de alguns já preverem esse desfecho, o momento escolhido para a decisão foi considerado especialmente negativo.

Publicamente, no entanto, as lideranças do partido optaram por um discurso cauteloso. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), enfatizou que Trump sempre priorizou os interesses americanos.

— Trump tem interesses americanos em primeiro lugar. Ele nos deu uma grande janela de oportunidades, seremos eternamente gratos ao Donald Trump — disse.

Outros aliados evitaram discutir o impacto da decisão e focaram em críticas a Moraes, com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) reafirmando sua visão negativa sobre o ministro.

Eduardo Bolsonaro também se manifestou, em uma nota conjunta com o influenciador Paulo Figueiredo, lamentando a decisão, mas agradecendo a Trump pelo apoio. Eles atribuíram o resultado à falta de unidade política na sociedade brasileira e afirmaram que continuarão sua luta pela “libertação” do país.