segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Chefe de gabinete de Moraes inspeciona Papuda antes de julgamento de recursos de Bolsonaro

Visita acontece na véspera do julgamento dos embargos de declaração do ex-presidente e outros condenados pela tentativa de golpe em 2022.

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Chefe de gabinete de Moraes inspeciona Papuda antes de julgamento de recursos de Bolsonaro
Foto: Divulgação

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BRASÍLIA, DF - A chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), realizou uma vistoria na Penitenciária da Papuda na semana passada, conforme confirmado por fontes do sistema penitenciário de Brasília.

Cristina Kusahara esteve acompanhada da juíza Leila Cury, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, e visitou três locais distintos dentro da unidade prisional. O gabinete de Moraes, no entanto, não comentou sobre a visita.

A inspeção ocorre em um momento crítico, já que o STF está prestes a julgar os primeiros recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais seis condenados pela liderança da tentativa de golpe de Estado em 2022. As análises dos embargos de declaração, que buscam esclarecer dúvidas nas sentenças, iniciarão na próxima sexta-feira (7) pela Primeira Turma do tribunal.

A visita se concentrou principalmente no PDF 1, que abriga presos em regime fechado e possui quatro blocos, incluindo uma ala de segurança máxima. Durante a vistoria, Cristina Kusahara e a juíza Cury percorreram áreas voltadas para a reintegração social e segurança dos detentos.

Além disso, a chefe de gabinete visitou o 19º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como 'Papudinha', onde o ex-ministro Anderson Torres esteve detido. Um policial penal mencionou que a visita mobilizou todos os blocos do PDF 1 e que foram apresentadas salas preparadas para prisões especiais.

Embora a visita tenha gerado preocupações no Governo do Distrito Federal sobre a possibilidade de Bolsonaro ser enviado à Papuda após o julgamento, o secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Souza e Teles, enviou um ofício ao gabinete de Moraes pedindo uma avaliação médica do ex-presidente antes de sua prisão definitiva, considerando problemas de saúde que ele enfrenta.

Em resposta, o Tribunal de Justiça do DF afirmou que a juíza Cury realiza inspeções regulares nas unidades prisionais e que o Supremo não delegou processos de execução penal relacionados aos ataques de 8 de janeiro ao tribunal local. A decisão sobre onde os condenados cumprirão pena será exclusivamente do ministro Moraes, após a avaliação dos recursos.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por sua participação na trama golpista e é o primeiro ex-presidente brasileiro a ser punido por esse crime. As opções para sua detenção incluem a Papuda, uma cela na Superintendência da Polícia Federal ou prisão domiciliar. Ministros do STF descartam a possibilidade de uma detenção em uma unidade militar para evitar aglomerações semelhantes às ocorridas após as eleições de 2022.