O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou uma elevação na taxa Selic, que passa a ser de 13,25% ao ano. Essa decisão ocorre em um contexto de desafios no ambiente econômico global, especialmente em relação à política econômica dos Estados Unidos, que gera incertezas sobre a desaceleração e a desinflação. Os bancos centrais de grandes economias continuam focados em convergir as taxas de inflação para suas metas, mesmo diante de pressões nos mercados de trabalho.
No cenário interno, os indicadores da atividade econômica e do mercado de trabalho têm mostrado um desempenho positivo. Contudo, a inflação medida continua acima da meta, com recentes elevações nos índices divulgados. As expectativas de inflação para 2025 e 2026, conforme a pesquisa Focus, subiram para 5,5% e 4,2%, respectivamente. A projeção do Copom para a inflação do terceiro trimestre de 2026 é de 4,0%.
O Comitê destaca riscos tanto de alta quanto de baixa para a inflação, incluindo a possibilidade de desancoragem das expectativas de inflação e uma maior resiliência na inflação de serviços. Além disso, considera a influência de políticas econômicas internas e externas na inflação, como a taxa de câmbio.
O Copom continuará monitorando os efeitos da política fiscal sobre a política monetária e os ativos financeiros. A percepção do mercado sobre a sustentabilidade da dívida pública tem impacto significativo nas expectativas e nos preços de ativos.
Devido ao cenário adverso para a inflação, o Comitê prevê um ajuste similar na próxima reunião. A magnitude do ciclo de aperto monetário será determinada pelo compromisso de convergência da inflação à meta, considerando a dinâmica inflacionária e o hiato do produto.
Os membros do Comitê que votaram a favor da decisão foram: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.