O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando-a para 14,25% ao ano. Essa medida é uma resposta ao cenário econômico desafiador, tanto internacional quanto nacional, marcado por incertezas relacionadas à política comercial dos Estados Unidos e suas repercussões.

No contexto global, os principais bancos centrais estão focados em alinhar suas taxas de inflação com as metas estabelecidas, enfrentando pressões nos mercados de trabalho. O Copom reconhece a necessidade de cautela, especialmente para países emergentes, dado o ambiente instável.

Em nível doméstico, apesar de um desempenho econômico vigoroso, alguns indicadores mostram um início de desaceleração. As últimas divulgações indicam que tanto a inflação quanto as medidas subjacentes estão acima da meta, o que levanta preocupações.

As expectativas de inflação para 2025 e 2026 subiram significativamente, fixando-se em 5,7% e 4,5%, respectivamente. O Copom projeta uma inflação de 3,9% para o terceiro trimestre de 2026, refletindo um cenário de referência.

Entre os riscos inflacionários, destacam-se a possibilidade de expectativas desancoradas e uma inflação de serviços mais resistente do que o esperado. Ao mesmo tempo, há riscos de baixa associados a uma desaceleração econômica mais acentuada.

O Copom está atento ao impacto da política fiscal sobre a política monetária e os ativos financeiros, uma vez que a confiança dos agentes econômicos é crucial para a estabilidade dos preços e das expectativas.

Diante desse cenário, o comitê acredita que uma política monetária mais restritiva é necessária para controlar a inflação e suavizar as flutuações econômicas, sempre buscando assegurar a estabilidade de preços e promover o emprego pleno.

Os membros que votaram a favor dessa decisão incluíram Gabriel Muricca Galípolo (presidente) e outros oito integrantes do comitê.