segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Correios enfrentam prejuízo de R$ 6,1 bilhões até setembro

Queda nas receitas e aumento das despesas operacionais agravam a crise financeira da estatal.

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Correios enfrentam prejuízo de R$ 6,1 bilhões até setembro
Foto: Divulgação

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BRASÍLIA, DF - Os Correios registraram um prejuízo de R$ 6,1 bilhões no ano até setembro, conforme as demonstrações financeiras divulgadas nesta sexta-feira (28) pelo conselho da empresa. Este valor é quase três vezes maior do que o rombo de R$ 2,14 bilhões verificado no mesmo período de 2024.

A companhia, em comunicado a seus funcionários, atribuiu o resultado negativo à redução nas receitas e ao aumento das despesas operacionais, além das crescentes demandas relacionadas a obrigações judiciais e trabalhistas.

Conforme informado pela Folha de S.Paulo, os Correios estão em negociações com instituições financeiras, tanto públicas quanto privadas, para obter um empréstimo de R$ 20 bilhões. Este recurso será parte de um plano de reestruturação que inclui medidas como programas de demissão voluntária, revisão do plano de saúde, fechamento de agências e um novo modelo de cargos e salários.

Além disso, a empresa estuda transferir parte de seus imóveis para a Emgea (Empresa Gestora de Ativos) com o intuito de acelerar a venda desses ativos e aumentar a liquidez financeira.

A situação da estatal se tornou crítica após a mudança na liderança, ocorrida no final de setembro, quando Emmanoel Schmidt Rodon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a presidência.

No primeiro semestre, o prejuízo foi de R$ 4,37 bilhões, marcando um aumento significativo em comparação ao déficit de R$ 1,35 bilhão registrado em 2024. Com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, a companhia reportou um resultado negativo de R$ 1,69 bilhão entre julho e setembro de 2025.

A empresa, que havia registrado lucros entre 2017 e 2021, especialmente durante a pandemia de Covid-19 devido ao crescimento do comércio eletrônico, enfrenta agora uma série de prejuízos desde 2022. A diminuição da receita, particularmente na área de postagens internacionais, e o aumento das despesas operacionais têm contribuído para a crise financeira.

No acumulado até setembro, as receitas brutas somaram R$ 12,8 bilhões, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O segmento de postagens internacionais, em particular, sofreu uma redução drástica, passando de R$ 3,17 bilhões para R$ 1,13 bilhão.

Os custos com pessoal também aumentaram, de R$ 7,72 bilhões para R$ 8,25 bilhões, refletindo um reajuste concedido a mais de 55 mil empregados. A empresa aponta que, apesar de esforços em transformação digital, ainda enfrenta desafios estruturais que afetam sua competitividade.

Além disso, a companhia carrega um estoque crescente de precatórios, cujo saldo atingiu R$ 2,48 bilhões no final do terceiro trimestre, cinco vezes mais do que o registrado no ano anterior. Estima-se que R$ 990 milhões desse total sejam pagos ainda este ano.

Conforme dados do Banco Central, as estatais brasileiras, em geral, acumulam um déficit de R$ 149 milhões no último mês, com um total negativo de R$ 7,45 bilhões entre janeiro e outubro, sendo R$ 6,35 bilhões referentes a estatais federais. O desempenho dos Correios tem um impacto significativo nesse cenário, refletindo nas contas públicas e levando o