segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Correios Planejam Demitir 10 Mil Funcionários Através de Novo PDV

A medida faz parte de um plano de reestruturação para enfrentar a crise financeira da estatal.

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Correios Planejam Demitir 10 Mil Funcionários Através de Novo PDV
Foto: Divulgação

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Os Correios estão se preparando para desligar pelo menos 10 mil funcionários por meio de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), que integra um amplo plano de reestruturação da empresa. Esta decisão é crucial para ajustar as contas da estatal, aspecto fundamental para garantir a concessão de um empréstimo de R$ 20 bilhões solicitado pelos Correios.

De acordo com informações obtidas, a companhia está em busca de novas negociações com instituições financeiras para atrair mais bancos e reduzir os custos do empréstimo, que contará com garantias do Tesouro Nacional. Essa garantia minimiza os riscos, já que a União assume os pagamentos em caso de inadimplência.

A estatal enfrenta uma crise financeira severa, acumulando prejuízos desde 2022 e prevendo um déficit de R$ 10 bilhões até 2025. Se não forem implementadas estratégias de recuperação, estima-se que as perdas possam alcançar R$ 20 bilhões em 2026 devido a multas por atrasos nos pagamentos a fornecedores, podendo chegar a R$ 70 bilhões em cinco anos em um cenário extremo.

A meta do novo PDV ainda está sendo definida, mas a intenção é que pelo menos 10 mil empregados se juntem ao programa. Atualmente, os Correios contam com cerca de 85 mil funcionários, e a folha de pagamento representa aproximadamente 72% dos gastos totais da empresa.

O programa será implementado em duas fases. A primeira estabelecerá critérios tradicionais de idade e tempo de serviço para desligamento. Na segunda, a ideia é definir metas específicas para diferentes áreas, com base em um estudo de produtividade realizado pela empresa.

Atualmente, a estatal possui cerca de 10 mil unidades de atendimento, das quais 7 mil são agências próprias ou franqueadas. Um relatório recente indicou que apenas 15% dessas unidades são superavitárias, gerando mais receitas do que os custos envolvidos.

O objetivo é identificar agências que operam próximas umas das outras, o que é chamado de “sombreamento”. Nesse caso, a união das operações poderia resultar em metas de desligamento para os funcionários afetados, enquanto outros poderiam ser remanejados.

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, já mencionou em coletiva de imprensa que o novo PDV contará com regras específicas para priorizar desligamentos em áreas com excesso de pessoal, evitando impactos na operação da empresa.

Além das metas personalizadas, a direção da companhia busca criar incentivos financeiros atrativos para os empregados, sem que isso represente um ônus excessivo para a companhia. O último PDV, realizado em 2024, viu a adesão de apenas 3.705 funcionários.

Questões sensíveis, como a insegurança financeira dos empregados em relação ao salário e ao plano de saúde, que ainda é considerado um ativo valioso, já foram identificadas. O Postalis, fundo de pensão da estatal, enfrenta dificuldades e impôs cobranças extras para equilibrar seu déficit, resultando em cortes nos benefícios de aposentados.

O planejamento da reestruturação também incluirá estratégias para mitigar riscos de não atingir as metas de adesão ao PDV. Apesar de possíveis adesões abaixo do esperado, as equipes técnicas acreditam que ações compensatórias podem ser implementadas para manter o equilíbrio financeiro.

Uma parte do montante do empréstimo de R$ 20 bilhões será destinada a financiar os incentivos do PDV. Embora o investimento