Correios preveem redução de 15 mil funcionários até 2027 com PDV
Medida faz parte de plano de reestruturação para equilibrar as finanças da estatal.

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) anunciou a intenção de reduzir seu quadro de funcionários em até 15 mil pessoas através de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) até 2027. A informação foi divulgada a partir de um documento interno da empresa, conforme reportado pelo site do Estado de S.Paulo.
No dia 19 de novembro, a estatal aprovou uma reestruturação que visa alcançar um equilíbrio financeiro, mencionando a necessidade de um aporte de até R$ 20 bilhões. Com isso, os Correios buscam cortar cerca de 19% de sua força de trabalho, que atualmente conta com aproximadamente 80 mil empregados.
Este PDV faz parte de um plano mais amplo de reestruturação anunciado em outubro, no qual a empresa visa reduzir gastos em até R$ 1,5 bilhão após registrar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano passado. Além das demissões, a direção da estatal planeja revisar sua estrutura organizacional e implementar um novo Plano de Cargos e Salários até dezembro de 2026, além de reavaliar os custos relacionados ao plano de saúde.
As demissões estão incluídas nas primeiras medidas do plano. A empresa também pretende identificar setores ou regiões com desempenho insatisfatório, onde os funcionários poderão optar pelo PDV. Outro aspecto do plano envolve a venda de imóveis ociosos, como forma de gerar capital e reduzir despesas de manutenção.
Além disso, os Correios planejam renegociar contratos com seus principais fornecedores, buscando condições mais favoráveis sem comprometer a segurança jurídica das operações. Para garantir a liquidez a curto prazo, é necessário concluir o aporte de R$ 20 bilhões, com meta de fechar um consórcio de bancos até o final de novembro. Contudo, o Tesouro Nacional barrou a operação, uma vez que a taxa de juros apresentada ultrapassava o limite estabelecido para operações com garantia da União.
Os Correios enfrentam uma crise financeira, acumulando um rombo de R$ 7,5 bilhões desde 2023, devido à perda de competitividade, aumento de despesas, litígios e gestão inadequada.