Davi Alcolumbre adia sabatina de Jorge Messias para retomar controle do processo
Indicado por Lula ao STF enfrenta resistência no Senado, e adiamento pode ser estratégia política.

(FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), decidiu adiar a sabatina do indicado de Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), Jorge Messias. A mudança de data ocorre em um movimento para reassumir o controle do processo, após uma tentativa anterior de avançar sem a documentação oficial do governo.
Embora Messias seja bem visto por alguns senadores, sua indicação pode enfrentar rejeição, especialmente porque Alcolumbre e outros setores do Senado preferiam Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa. O adiamento da sabatina, que estava prevista para ocorrer antes da entrega dos documentos, devolve a Lula a responsabilidade de decidir se mantém ou cancela a audiência, caso perceba falta de apoio.
A expectativa é que, com o cancelamento, o processo recomece, permitindo que Alcolumbre agende a sabatina em um momento mais conveniente, sem a pressão de uma data já definida. Isso também lhe oferece a possibilidade de postergar a avaliação após a entrega da mensagem oficial, protegendo-o de críticas por uma eventual demora.
Recentemente, Alcolumbre comentou em tom de brincadeira sobre a possibilidade de realizar a sabatina apenas em novembro do próximo ano, após as eleições presidenciais. Contudo, aliados acreditam que ele não atrasará a sabatina por tanto tempo após a chegada dos documentos.
O relator da indicação, Weverton Rocha (PDT-MA), afirmou que Alcolumbre considerou notificar Messias via Diário Oficial, o que foi desaprovado por muitos senadores. A preocupação é que tal ação pudesse contrariar as normas da Casa, além de aumentar a tensão política.
Historicamente, a rejeição de um indicado ao STF não é comum, com a última ocorrendo no século 19. A possibilidade de barrar Messias, que já enfrentava resistência, poderia gerar uma crise política significativa. Embora seja bem visto, o indicado enfrenta pressão, já que setores do Senado estão buscando uma nova negociação com o governo.
Nas últimas conversas, Lula se reuniu com senadores para ouvir reclamações sobre a condução do processo de indicação e reconheceu a necessidade de alinhar-se com Alcolumbre antes de enviar a documentação oficial. Esse entendimento é visto como crucial para a aprovação da indicação, e o presidente deve se reunir com Alcolumbre em breve.
Apesar do adiamento ter amenizado a tensão, aliados de Alcolumbre expressam indignação com a forma como Lula tem gerido a situação, considerando uma possível quebra de confiança, uma vez que o Senado tem sido um apoio significativo para o governo.