segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Desafios de endividamento e juros altos afetam mercado de máquinas agrícolas em 2026

Setor agropecuário enfrenta pressões financeiras que podem impactar vendas

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Plantadeira, máquinas agrícolas

Foto: Freepik

Apesar de um ano com safra abundante e PIB positivo, o mercado de máquinas agrícolas encerra 2025 com resultados abaixo do esperado. Igor Calvet, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), destacou que as vendas aos produtores se mantiveram estáveis, com ênfase em máquinas de menor potência e um cenário pressionado por juros elevados e rentabilidade reduzida no campo.

Calvet afirmou: “Foi um ano difícil. Apesar do crescimento do PIB e da boa safra, a comercialização de máquinas agrícolas não alcançou as expectativas.”

No varejo, as vendas de tratores de rodas e colheitadeiras registraram uma queda de 0,7% em comparação ao ano anterior, com aproximadamente 43 mil unidades vendidas em 2024 e resultados semelhantes em 2025. Já no atacado, houve um aumento de 18%, totalizando cerca de 47 mil unidades, embora este crescimento tenha ocorrido sobre uma base de comparação baixa.

O presidente da Anfavea chamou atenção para a alta dos estoques nas concessionárias, que aumentaram ao longo do ano para evitar demissões. “Houve um aumento significativo de estoques na rede”, comentou Calvet.

Em relação à situação financeira do setor, ele destacou que o crescimento na produção agrícola não se reflete necessariamente nas vendas de máquinas, principalmente devido ao aumento da inadimplência e à redução do crédito. A inadimplência para pessoas físicas atingiu 5,4%, o maior índice desde novembro de 2023, enquanto para pessoas jurídicas chegou a 3,7% em outubro de 2024, o maior desde junho de 2017.

Calvet também destacou a importância de revitalizar a frota de máquinas, que pode ser afetada pela pressão sobre a rentabilidade e pela diminuição do crédito disponível para investimentos.

Para 2026, a Anfavea prevê a continuidade dos desafios, com um PIB positivo, mas em desaceleração, e uma expectativa de safra menos promissora. As taxas de juros devem permanecer elevadas, o que pode atrasar uma recuperação mais robusta do setor.

Calvet enfatizou a necessidade de estratégias para fortalecer as exportações e reduzir a dependência do mercado interno, defendendo uma abordagem mais ativa para abrir novos mercados.