segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Disparidade Salarial: Mulheres Ganham 21% Menos que Homens em Grandes Empresas

Novo relatório revela aumento na diferença salarial entre gêneros nas empresas com 100 ou mais funcionários.

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Disparidade Salarial: Mulheres Ganham 21% Menos que Homens em Grandes Empresas
Foto: Divulgação

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Brasil continua enfrentando um aumento na desigualdade salarial entre homens e mulheres. Um levantamento recente do governo federal, sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aponta que, em 2023, as mulheres receberam em média 20,7% menos que seus colegas homens.

O segundo relatório de transparência salarial, que será apresentado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério das Mulheres nesta quarta-feira (18), abrange dados de 50.692 empresas com 100 ou mais empregados. Essa coleta de informações é uma exigência da lei de igualdade salarial, aprovada em 2023.

No primeiro relatório, divulgado em março, a diferença salarial era de 19,4%, com base nos dados de 2022. Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, destaca que a disparidade é reflexo do fato de que as mulheres frequentemente ocupam cargos com salários inferiores. “Embora em 2023 tenha havido um crescimento no emprego feminino, essas oportunidades geralmente oferecem remunerações mais baixas, o que ampliou a diferença salarial”, observa.

No ano em questão, a renda média das mulheres foi de R$ 3.565,48, enquanto a dos homens atingiu R$ 4.495,39. A discrepância é ainda mais acentuada em cargos de liderança, onde as mulheres ganham, em média, 27% a menos que os homens, um aumento em relação aos 25,2% do ano anterior.

O estudo também revela que a desigualdade é mais profunda quando analisada sob a perspectiva racial. As mulheres negras recebem apenas 50,2% do que os homens brancos, com uma média de R$ 2.745,76 em comparação aos R$ 5.464,29 dos homens não negros. Montagner observa que as mulheres negras estão, em sua maioria, em funções menos valorizadas, enquanto os homens são predominantes em setores como indústria e gestão.

Em 42,7% das empresas analisadas, as mulheres pretas ou pardas representavam até 10% da força de trabalho. Para combater essa realidade, o governo pretende dialogar com as empresas que apresentaram melhores práticas para promover igualdade salarial em todo o setor.

As penalidades para empresas que não publicarem o relatório de transparência salarial incluem multas de até 3% da folha de pagamento, com um teto de cem salários mínimos. Até o momento, nenhuma empresa foi multada após a primeira divulgação dos dados, conforme Montagner, que enfatiza a abordagem educativa antes de aplicar sanções.

Além disso, nesta quarta-feira, será lançado o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, que contempla 79 ações voltadas para aumentar a participação feminina no mercado de trabalho, garantir a permanência das mulheres em suas funções e valorizar sua atuação profissional.