Dólar encerra o dia a R$ 5,27, nível mais baixo desde junho de 2024, enquanto Bolsa atinge 12º recorde consecutivo
O fechamento do dólar foi influenciado pela expectativa de fim de paralisação do governo dos EUA, enquanto o Ibovespa continua sua trajetória de alta.

SÃO PAULO, SP - O dólar registrou uma queda de 0,62% nesta terça-feira (11), fechando a R$ 5,273, a menor cotação desde junho de 2024. Essa desvalorização da moeda americana está atrelada às expectativas de que a paralisação do governo dos Estados Unidos, conhecida como "shutdown", pode estar perto do fim.
A última vez que a moeda esteve nesse valor foi em 6 de junho de 2024, quando fechou a R$ 5,254, conforme informações da Bloomberg.
Além disso, o dia foi favorável para a Bolsa de Valores brasileira, que atingiu um novo recorde histórico pelo 12º dia consecutivo, encerrando o pregão com uma alta de 1,77%, aos 158.015 pontos. Durante o dia, o Ibovespa chegou a registrar 158.467 pontos.
Esta é a primeira vez que o índice ultrapassa a marca de 156 mil pontos, além de 157 mil e 158 mil. O cenário otimista é impulsionado não apenas pela situação nos EUA, mas também pelas expectativas em relação à taxa Selic, com a ata da última reunião do Copom e os dados de inflação do IPCA em pauta.
A valorização dos ativos brasileiros reflete um movimento global em direção a investimentos de maior risco, iniciado na noite de segunda-feira (10), quando o Senado norte-americano aprovou um projeto para reestabelecer o financiamento de agências federais, dando um passo importante para encerrar o "shutdown" que se iniciou em 1º de outubro.
Com 60 votos a favor e 40 contrários, a aprovação na Casa representa um avanço significativo para a normalização da situação. A paralisação afetou a divulgação de dados econômicos cruciais, dificultando as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Fernanda Campolina, sócia da One Investimentos, explicou que, com o fim da paralisação, o Fed pode se sentir mais à vontade para considerar novos cortes de juros ainda em 2025, o que beneficiaria mercados emergentes como o Brasil.
O projeto agora segue para a Câmara dos Representantes, cujo presidente, Mike Johnson, pretende aprová-lo até quarta-feira (12). A medida visa prorrogar o financiamento federal até 30 de janeiro, o que poderá resultar em um aumento da dívida pública americana, que já ultrapassa US$ 38 trilhões.
A redução das taxas de juros nos EUA tende a ser positiva para os mercados globais. A expectativa de cortes na taxa Selic brasileira também anima os investidores. A ata do Copom revelou que o comitê acredita que a manutenção da taxa em 15% por um longo período será suficiente para controlar a inflação, que embora tenha mostrado sinais de moderação, ainda está acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
O mercado agora aguarda o primeiro corte da Selic na reunião de janeiro do próximo ano, o que tem contribuído para a alta no Ibovespa. Os dados de inflação do IPCA também mostraram um aumento de apenas 0,09% em outubro, bem abaixo da taxa de setembro de 0,48% e da projeção de 0,15%.
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