segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Dólar tem leve alta e Bolsa registra forte crescimento após dados do PIB

Mercados reagem a números que indicam desaceleração econômica no Brasil

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Dólar tem leve alta e Bolsa registra forte crescimento após dados do PIB
Foto: Divulgação

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nesta segunda-feira (15), o dólar registrou um avanço de 0,14%, encerrando o dia cotado a R$ 5,419. Em contrapartida, a Bolsa brasileira teve um desempenho positivo, com um crescimento de 1,06%, atingindo 162.480 pontos ao término do pregão.

Esse movimento foi impulsionado por dados que refletem a atividade econômica do Brasil. O IBC-Br, considerado uma 'prévia' do PIB (Produto Interno Bruto), revelou que a economia brasileira iniciou o quarto trimestre em queda, com um recuo de 0,2% em outubro, sinalizando um possível desaquecimento em meio à alta dos juros.

O resultado superou as previsões de economistas que esperavam uma alta de 0,1%, marcando o segundo mês consecutivo de retração. Em setembro, a queda foi de 0,19%.

O IBC-Br se junta a outros indicadores que apontam para uma desaceleração econômica. O PIB do terceiro trimestre, por exemplo, registrou um crescimento de apenas 0,1%, o desempenho trimestral mais fraco desde a contração de 0,1% nos últimos três meses de 2024.

Apesar desse cenário, André Valério, economista sênior do Inter, afirma que isso não indica uma recessão iminente. Ele prevê que a economia encerrará o ano com um crescimento de 2,2% e que a tendência de desaceleração deve persistir no quarto trimestre.

Em relação à política de juros do Banco Central, os dados abrem a possibilidade de que a Selic comece a ser cortada já no primeiro trimestre do próximo ano. Valério espera um primeiro corte na reunião de janeiro, considerando a recente desinflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Taxas de juros mais baixas geralmente favorecem investimentos em renda variável, especialmente em setores ligados à economia interna, como o varejo. Contudo, a redução da Selic pode diminuir o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, um fator que, segundo especialistas, contribuiu para a valorização do real no mercado de câmbio no último ano.

Na semana anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas. A comunicação após a decisão não indicou a direção futura, o que gera expectativa em torno da ata da reunião, prevista para ser divulgada amanhã.

Os investidores também aguardam o Relatório de Política Monetária, que será publicado na quinta-feira, e uma entrevista do presidente do BC, Gabriel Galípolo, em seguida. Essa fala será observada de perto em busca de indicações sobre os próximos passos do comitê.

Além disso, a agenda desta semana inclui dados dos Estados Unidos que podem influenciar a taxa de juros do Federal Reserve. O relatório de emprego, conhecido como payroll, será divulgado na terça-feira, e os dados da inflação estão previstos para quinta.

A trajetória dos juros nos EUA permanece incerta, conforme indicado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, após a última decisão. O Federal Reserve optou por um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de referência, estabelecendo-a entre 3,5% e 3,75%.

Powell destacou