SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está se preparando para intensificar sua agenda internacional em oposição ao Judiciário e ao governo brasileiro, uma vez que não deve retornar ao Brasil em breve.

Paralelamente, fontes próximas ao parlamentar indicam que ele poderia apoiar seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como uma alternativa para a candidatura presidencial em 2026, caso o pai decida não concorrer. Embora as conversas tenham avançado, a decisão definitiva deve ser tomada apenas no próximo ano.

Essas discussões sobre o futuro político de Eduardo surgem em meio ao julgamento que o envolve na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele já conta com maioria para ser considerado réu por coação. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, aponta indícios de que o deputado buscou criar instabilidade como forma de pressionar o STF a absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro na questão da tentativa de golpe em 2022.

Os aliados de Eduardo tentam manter em aberto a possibilidade de uma ampla anistia no Congresso, com a expectativa de que a proposta seja aprovada até fevereiro. Eduardo e o empresário Paulo Figueiredo têm se empenhado em buscar sanções contra autoridades brasileiras, realizando viagens discretas para outros países. A próxima viagem será para El Salvador, onde Eduardo, Flávio e outros parlamentares bolsonaristas participarão do Fórum Mundial da Segurança.

Enquanto isso, Eduardo permanecerá nos Estados Unidos por tempo indeterminado, temendo um possível processo que poderia resultar em sua prisão no Brasil. Ele inicialmente planejava concorrer ao Senado por São Paulo, mas agora está se posicionando como candidato à presidência, especialmente após a prisão domiciliar de seu pai.

Além disso, Eduardo critica a atuação do STF, afirmando que Moraes tenta impedir a direita de obter uma maioria no Senado nas eleições de 2026. O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), próximo a Eduardo, reafirma que o deputado está comprometido com a candidatura de Jair Bolsonaro, mas que, caso isso não seja viável, ele próprio estará na disputa.

O prazo para a conclusão do processo relacionado à tentativa de golpe está se aproximando, e a expectativa é de que o ex-presidente seja condenado a cumprir pena em regime fechado no final de novembro ou início de dezembro.

Eduardo acredita que Flávio pode ser a figura capaz de unir diferentes correntes da direita. No entanto, a definição sobre a candidatura ainda é incerta e pode ser afetada por ações judiciais. O deputado compartilhou que, independentemente de quem seja o candidato, estará na oposição a Lula nas próximas eleições, buscando evitar que a direita seja dividida.