Ex-assessor de Moraes se torna réu no STF por crimes graves
Eduardo Tagliaferro é acusado de violação de sigilo e obstrução de investigação penal

Na última quinta-feira (13), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réu o ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação penal.
As investigações realizadas pela Polícia Federal apuraram que Tagliaferro teria vazado conversas com outros membros do gabinete de Moraes, revelando supostas ilegalidades ocorridas durante a presidência do ministro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. Moraes, no entanto, sempre negou qualquer irregularidade.
Tagliaferro foi contratado por Moraes para atuar na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), que funcionou durante as eleições presidenciais. Em 2023, ele foi demitido após ser acusado de violência doméstica.
No julgamento, além de Moraes, os ministros Cristiano Zanin, Flavio Dino e Cármen Lúcia também votaram a favor da decisão. Moraes se manifestou sobre a possibilidade de um conflito de interesse, afirmando que não há elementos concretos que justifiquem seu impedimento para julgar o caso.
O ex-assessor, que possui dupla cidadania e se encontra na Itália, é alvo de um pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.