A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, durante uma nova fase da Operação Sem Desconto. A operação investiga um esquema nacional que aplica descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, em colaboração com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Stefanutto, que assumiu a presidência do INSS em julho de 2023, foi afastado do cargo em abril deste ano, após a primeira fase da operação. As investigações da PF revelam uma série de crimes, incluindo inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa, estelionato previdenciário e corrupção.

Na operação, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva em diversos estados, como Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. As medidas foram autorizadas pelo ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com as apurações, as entidades investigadas desviaram aproximadamente R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, realizando descontos em serviços que muitas vezes não estavam devidamente estruturados para atender os beneficiários. Uma auditoria da CGU em 29 dessas entidades revelou que 72% delas não forneceram a documentação completa ao INSS, resultando em medidas judiciais contra 11 delas.

O INSS anunciou que irá reembolsar aposentados e pensionistas que foram alvo de descontos indevidos. Os beneficiários que contestaram esses descontos e ainda não receberam os valores serão priorizados no processo de devolução.