SÃO PAULO, SP - O ecommerce brasileiro registrou um faturamento de R$ 4,76 bilhões durante a Black Friday deste ano, apresentando um crescimento de 11,2% em comparação a 2024, quando o total foi de R$ 4,26 bilhões. Os dados foram coletados pela plataforma Confi Neotrust, que monitorou as vendas realizadas entre meia-noite e 23h59 da sexta-feira, dia 28.

Apesar de uma queda de 12,8% no valor médio por transação, que passou de R$ 634,40 para R$ 553,60, o volume total de pedidos finalizados aumentou em 28%, alcançando 8,69 milhões, comparado a 6,74 milhões no ano anterior.

Os produtos que mais contribuíram para o faturamento foram, em ordem, televisores (R$ 443,2 milhões), smartphones (R$ 388,7 milhões) e geladeiras (R$ 273,2 milhões). Os itens que se destacaram em vendas foram o ar condicionado Split da Samsung de 12 mil BTUs, o iPhone 16 de 128 GB e a Smart TV de 70 polegadas da Samsung, modelo Crystal Gaming Hub.

Os números deste ano representam os melhores resultados desde 2021, quando o ecommerce faturou R$ 5,1 bilhões durante a Black Friday, que foi o pico histórico. O setor havia registrado recordes contínuos durante a pandemia de Covid-19, quando as compras online se tornaram uma necessidade devido ao isolamento social.

De acordo com Léo Bicalho, head de negócios da Confi Geotrust, os consumidores adotaram uma abordagem estratégica, aguardando por melhores descontos antes de efetuarem compras de itens mais caros. O tíquete médio subiu de R$ 325 na segunda-feira (24) para quase R$ 554 na sexta.

Nos últimos anos, os consumidores têm distribuído suas compras ao longo de novembro, permitindo um planejamento financeiro mais eficiente. Isso possibilita a aquisição de itens essenciais e de moda durante a semana, reservando recursos para compras de maior valor, como TVs e eletrodomésticos, na Black Friday.

No acumulado de novembro, do dia 1º ao dia 27, o setor alcançou R$ 39,2 bilhões, um aumento de 36,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O número total de pedidos cresceu 48,8%, totalizando 124,9 milhões, embora o tíquete médio tenha caído 8,5%, para R$ 313.

Esses dados evidenciam o fenômeno conhecido como 'Black November', que envolve a antecipação de promoções no varejo, diluindo a concentração de vendas apenas na Black Friday.

A pesquisa foi realizada pela plataforma Hora a Hora da Confi Neotrust, que monitora transações de mais de 7.000 lojas parceiras e analisa o comportamento de mais de 80 milhões de consumidores digitais.

Um levantamento do Itaú Unibanco indicou que, entre a zero hora e a meia-noite de sexta-feira, as vendas em todo o Brasil tiveram um aumento de 28,5%.