Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, inicia vaquinha para custear defesa nos EUA
Ele está em prisão domiciliar e será julgado pelo STF em dezembro por seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022.

Filipe Martins, que atuou como assessor de Jair Bolsonaro para Assuntos Internacionais e é um dos investigados na tentativa de golpe de 2022, lançou uma campanha online com o objetivo de arrecadar fundos para sua defesa legal nos Estados Unidos.
A iniciativa foi divulgada no domingo (9) pelo advogado Jeffrey Chiquini, que explicou que a arrecadação foi organizada por apoiadores de Martins para cobrir gastos legais e pessoais decorrentes das limitações enfrentadas pelo ex-assessor nos últimos anos.
Segundo Chiquini, todos os valores arrecadados serão destinados exclusivamente a Filipe Martins. O advogado também solicitou que os aliados do ex-assessor ajudem a promover a campanha, ressaltando a intenção de responsabilizar judicialmente aqueles que teriam cometido fraudes no sistema migratório americano.
Martins está preso preventivamente desde fevereiro de 2024, tendo passado seis meses em um presídio no Paraná até receber a autorização para cumprir prisão domiciliar, a qual foi concedida devido ao risco de fuga. O Supremo Tribunal Federal (STF) justificou a medida de prisão por conta da presença de seu nome na lista de passageiros do voo que levou Bolsonaro a Orlando, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, no entanto, afirma que ele não embarcou.
A criação da vaquinha ocorre em um cenário de novas complicações jurídicas. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento da equipe de defesa de Martins por perda de prazo processual, mas reconsiderou sua decisão em seguida. Esse episódio gerou novas críticas de apoiadores de Bolsonaro, que acusaram o STF de cercear o direito de defesa.
A Procuradoria-Geral da República afirma que Filipe Martins teve um papel ativo na tentativa de golpe. Um dos principais pontos da acusação é a reunião realizada em 7 de dezembro de 2022, na qual Bolsonaro teria apresentado um decreto com medidas excepcionais aos comandantes militares, um documento considerado pela Polícia Federal como a base jurídica do plano.
Filipe Martins, que é réu no STF, será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, ao lado de outros membros do chamado núcleo 2, um grupo formado por ex-assessores e aliados do ex-presidente acusados de articular e dar suporte logístico ao esquema golpista.