A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a escala 6x1 no Brasil recebeu aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado na última quarta-feira (10). A medida, que prevê a redução gradual da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, ainda precisa passar por votação nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado, exigindo pelo menos três quintos dos votos em duas sessões.

A PEC, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), propõe que a jornada de trabalho seja reduzida em uma hora a cada ano, até alcançar as 36 horas. A discussão sobre o fim da jornada 6x1, que prevê seis dias de trabalho seguidos de um dia de descanso, ganhou força em 2024, impulsionada por movimentos sindicais e propostas de outros parlamentares.

Atualmente, a escala 6x1 é amplamente utilizada, especialmente em setores como comércio e serviços. Apesar da possibilidade de acordos coletivos que permitam variações, o descanso preferencial ocorre aos domingos. Profissionais de áreas essenciais, como saúde e transporte, podem ser convocados para trabalhar durante os fins de semana e feriados.

Com a aprovação na CCJ, o governo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, considera a medida uma prioridade, propondo que a sociedade se prepare para essa mudança. Defensores da PEC argumentam que a redução da jornada pode melhorar a qualidade de vida e aumentar a produtividade, embora haja preocupações sobre o impacto econômico e a necessidade de ajustes nas contratações.

Por outro lado, a proposta enfrenta resistência de parte dos empregadores, que temem prejuízos financeiros e possíveis demissões. O debate continua a dividir opiniões, com alguns especialistas defendendo que a mudança pode ser absorvida se houver planejamento adequado.