Flávio Bolsonaro Inicia Pré-Campanha com Recuos Estratégicos
Senador busca afastar escândalos e desconfiança em sua candidatura ao Planalto em 2026.

BRASÍLIA, DF - Na primeira semana da sua pré-campanha à presidência, Flávio Bolsonaro (PL-SP) se deparou com ceticismo tanto no cenário político quanto no mercado. O senador, que se lançou como candidato ao Palácio do Planalto, tomou medidas para dissipar a desconfiança em relação à sua candidatura, recuando em alguns discursos e tentando explicar os escândalos que cercam seu nome.
No dia 5 de novembro, Flávio anunciou que foi escolhido por Jair Bolsonaro (PL) para concorrer ao cargo em 2026. Sua primeira ação foi buscar apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), figura respeitada entre o centrão e a Faria Lima, embora tenha sido preterido pelo ex-presidente. Flávio assegurou que não vê possibilidade de ambos serem candidatos ao mesmo tempo. Contudo, o governador só confirmou seu apoio no dia 8, observando que a direita deve considerar outras opções além de Flávio.
Dois dias após seu anúncio, no domingo (7), Flávio admitiu que sua candidatura poderia não ser levada adiante até o fim, o que alimentou especulações de que se tratava de uma estratégia para negociar pautas de interesse da família Bolsonaro, como a anistia a condenados por atos golpistas, incluindo seu pai. Para não perder credibilidade, Flávio voltou atrás e afirmou, em entrevista à Folha, que sua candidatura é irreversível, ressaltando que seu “preço” seria a liberdade e a reversão da inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
Em busca de contornar as desvantagens apontadas por aliados sobre sua baixa viabilidade e a rejeição à família Bolsonaro, Flávio lançou dois vídeos em seu canal no YouTube. Neles, ele defende sua posição em relação à acusação de rachadinha, associada a Fabrício Queiroz, e a compra de uma mansão em Brasília avaliada em R$ 6 milhões. Ele argumentou que sua situação financeira é compatível com seus ganhos e que não teme a retomada de investigações.
Além disso, Flávio fez um esforço para diminuir a rejeição relacionada ao seu pai, afirmando que sua campanha permitirá que as pessoas conheçam um “outro Bolsonaro”, de pensamento pacificador. Ele destacou que, embora compartilhe dos mesmos princípios, possui opiniões próprias e se vacinou contra a Covid-19, contrastando com a postura de Jair Bolsonaro.