segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Flávio Dino se mantém em silêncio sobre indicação de Jorge Messias ao STF

Ministro considera o tema politicamente delicado e ainda em análise pelo Senado

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Flávio Dino se mantém em silêncio sobre indicação de Jorge Messias ao STF
Foto: Divulgação

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que não se manifestará sobre a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, à corte, por considerar a questão 'politicamente controversa'. Em uma nota, Dino ressaltou que seu 'silêncio' se deve à necessidade de manter uma distância prudente de um assunto que ainda está sendo apreciado pelo Senado Federal. Ele afirmou: 'No momento apropriado, APÓS a legítima deliberação das senadoras e dos senadores, poderei me manifestar, se for cabível.'

Conforme relatado pela coluna Painel, Dino foi o único membro do tribunal que não parabenizou Messias, publicamente ou em particular, após sua escolha pelo presidente Lula para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.

Flávio Dino também reiterou sua postura cautelosa em relação a temas parlamentares desde sua própria indicação ao STF, exceto em questões que são levadas à deliberação da corte. Ele destacou nunca ter tido conflitos com Messias, com quem sempre dialogou institucionalmente sobre diversos assuntos, incluindo desarmamento e questões tributárias.

Críticos da indicação de Messias alegam que ele seria 'um novo Dino' no STF, insinuando que estaria alinhado ao governo e aos interesses do presidente. Essa comparação foi feita por senadores da oposição, que citam a proximidade do indicado com Lula. Nos bastidores, aliados de Dino também comentam que a atuação do ministro em relação às emendas parlamentares pode desgastar Messias.

Desde sua posse no STF, em 2024, Dino tem intensificado ações contra a falta de transparência e suspeitas de desvios nas emendas parlamentares, que movimentam mais de R$ 50 bilhões anualmente.

Aliados de Messias defendem que ele possui um perfil menos combativo em comparação a Dino, sugerindo que sua abordagem será mais conciliadora na resolução de questões com o Congresso.

A AGU, sob a liderança de Messias, já orientou ministérios sobre o bloqueio de emendas e, em outubro, defendeu uma solução conciliatória, pleiteando que o STF declare a constitucionalidade do novo fluxo de pagamentos.

A escolha de Messias também gerou descontentamento entre alguns senadores, incluindo o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preferia que o indicado fosse o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).