PELOTAS, RS (FOLHAPRESS) - Em entrevista à Globonews nesta quarta-feira (26), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a crise entre o governo e o Congresso Nacional como um "estremecimento momentâneo". A tensão surgiu em resposta a descontentamentos do Congresso com decisões do governo Lula, especialmente a escolha de Jorge Messias para uma vaga no STF, em vez de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Na terça-feira (25), o Senado aprovou um projeto bilionário que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, que é frequentemente chamado de "pauta-bomba" por seu potencial impacto nas contas públicas.

A ausência dos líderes do Senado e da Câmara durante a cerimônia de sanção da isenção do Imposto de Renda nesta quarta-feira evidenciou ainda mais a crise. "Essas coisas acontecem. Às vezes, ocorre um estremecimento temporário devido a expectativas frustradas, o que é normal. Estou confiante de que isso passará", afirmou Haddad ao ser questionado sobre uma possível ruptura entre os poderes.

Mais cedo, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, indicou que o governo pode recorrer à Justiça em relação às "pautas-bomba" que avançarem no Congresso. "Estou otimista e não acredito que teremos problemas com pautas-bombas. Caso surjam dificuldades, buscaremos proteger o Estado brasileiro e a Fazenda pública, utilizando as vias judiciais se necessário, mas espero que isso não seja preciso", declarou Durigan.

Durante a abertura do Salão Internacional do Automóvel em São Paulo, Haddad ressaltou que o Brasil está a caminho de registrar a menor inflação e a menor taxa média de desemprego em quatro anos, além de destacar a recuperação do crescimento e a ampliação da isenção do Imposto de Renda.