Inicia julgamento de seis réus envolvidos em tentativa de golpe no STF
Acusados enfrentam diversas acusações ligadas à tentativa de desestabilização do Estado democrático

Seis réus do núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado têm seu julgamento iniciado nesta terça-feira, 9, no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles são considerados responsáveis por coordenar ações para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Os réus enfrentam acusações graves, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Entre os acusados, Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais da Presidência, é responsabilizado por ter elaborado uma minuta golpista. Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é acusado de usar a estrutura da corporação para dificultar o acesso dos eleitores às urnas, beneficiando Bolsonaro.
O general Mário Fernandes é acusado de ter criado o plano denominado Punhal Verde e Amarelo, que previa a morte do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Segundo a denúncia, o documento foi impresso no Palácio do Planalto e apresentado a Bolsonaro no Palácio da Alvorada, com a intenção de que as ações fossem executadas por um grupo conhecido como kids pretos, integrante do núcleo 3.
Os outros réus são Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de operações do Ministério da Justiça; Marília de Alencar, ex-subsecretária da pasta; e Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro.
O julgamento será realizado em várias sessões, nos dias 9, 10, 16 e 17 de maio. Nos dias 9 e 16, as audiências ocorrerão em dois turnos, das 9h às 12h e das 14h às 19h. Já nos dias 10 e 17, as sessões serão apenas pela manhã, das 9h às 12h.
A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, será responsável pela análise dos casos, decidindo pela absolvição ou condenação dos réus. A ministra Cármen Lúcia, única mulher no STF, já havia destacado a necessidade de maior representação feminina nas esferas políticas e sociais, além de abordar questões relacionadas à violência contra as mulheres.