O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil inicia na próxima terça-feira o julgamento dos indivíduos envolvidos na elaboração da minuta do golpe de Estado, um processo que já resultou na condenação do ex-Presidente Jair Bolsonaro.

Segundo informações do Ministério Público, os réus também são acusados de monitorar uma proposta de "neutralização violenta de autoridades", incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes. Além disso, o grupo é apontado como responsável por articulações junto à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o acesso ao voto de eleitores nordestinos durante o segundo turno das eleições presidenciais de outubro de 2022, uma região que tradicionalmente apoia Lula.

Os acusados, que compõem o Núcleo 2 da tentativa de golpe, são: Fernando de Sousa Oliveira (delegado da Polícia Federal), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor internacional da Presidência), Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência), Marília Ferreira de Alencar (delegada e ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal), Mário Fernandes (general da reserva do Exército) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal).

O julgamento está previsto para ser concluído em 17 de dezembro e os réus enfrentam acusações de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Essas mesmas acusações já levaram à condenação de Jair Bolsonaro em 11 de setembro, onde foi reconhecido como líder da organização criminosa. O STF já havia julgado e condenado 24 réus pela tentativa de golpe, distribuídos entre os núcleos de acusação.