segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Jorge Messias apresenta visão conservadora sobre aborto em busca de apoio no Senado

Indicação de Lula para o STF pode enfrentar resistência, mas Messias aposta em emendas para garantir votos

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Jorge Messias apresenta visão conservadora sobre aborto em busca de apoio no Senado
Foto: Divulgação

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BRASÍLIA, DF - O advogado Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), tem demonstrado uma postura conservadora em relação a temas polêmicos como o aborto, visando conquistar votos favoráveis no Senado. Além disso, Messias se mostra favorável às emendas parlamentares, um importante mecanismo que permite a destinação de recursos federais para obras nas bases eleitorais dos congressistas.

O indicado está em uma intensa campanha para garantir seu apoio no Senado, onde precisará de pelo menos 41 votos para ser aprovado. Apesar de uma sabatina prévia marcada, a votação prevista para 10 de dezembro foi adiada, o que aumenta as chances de rejeição de sua indicação.

Fontes próximas a Messias relataram que ele possui posições firmes contra o aborto e o uso de drogas, transmitindo a impressão de que não tomaria decisões que relaxem as normas sobre essas questões. Esse posicionamento pode agradar a setores conservadores da Casa, que frequentemente reagem negativamente a decisões liberalizantes do STF.

Atualmente, o aborto é legal no Brasil em três situações específicas: em casos de estupro, quando a vida da mãe está em risco e em situações de anencefalia do feto. A recente controvérsia sobre a descriminalização do porte de drogas pelo STF também gerou reações entre os legisladores, que consideram que essas questões devem ser tratadas exclusivamente pelo Congresso.

Messias também tem afirmado a interlocutores que, se aprovado, não pretende criminalizar a política, o que é visto como um sinal positivo para os parlamentares em relação às emendas. No entanto, há preocupações no Senado sobre a possibilidade de que sua presença no STF traga dificuldades à aprovação de emendas, especialmente por conta da imagem negativa que o atual ministro Flávio Dino possui entre os congressistas.

Além disso, Messias se define como desenvolvimentista e, em conversas informais, expressou que não é contrário à exploração econômica em terras indígenas, desde que haja consulta à população local.

A assessoria de Messias foi contatada para comentar sobre o teor da matéria, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. A pressão por sua aprovação é intensa, uma vez que seus apoiadores alertam que, se sua indicação for barrada, Lula poderá escolher um nome mais à esquerda, o que poderia causar um desgaste político significativo para os senadores.

O clima em torno da indicação de Messias é tenso, especialmente após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelar a sabatina devido à falta de documentos do Planalto. A expectativa é de que Lula busque restabelecer o diálogo com o Senado nos próximos dias.