segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Líder do governo minimiza rompimento entre Motta e Lindbergh

José Guimarães afirma que desentendimento não compromete relação do governo Lula com a Câmara dos Deputados

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Líder do governo minimiza rompimento entre Motta e Lindbergh
Foto: Divulgação

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), declarou nesta segunda-feira (24) que a separação entre Hugo Motta (Republicanos-PB) e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), não representa uma crise entre o presidente da Casa e o governo Lula (PT).

Guimarães, em postagem nas redes sociais, destacou que "a crise alardeada entre o presidente da Câmara e o líder do PT não deve ser vista como um conflito do governo". Ele mencionou que a recente disputa acirrada durante a votação do PL Antifacção exige agora um diálogo sobre as prioridades legislativas para o final do ano.

O político também enfatizou seu compromisso de dialogar com Motta e encontrar um "caminho do meio" para as votações de interesse do Palácio do Planalto até o encerramento do ano legislativo. Guimarães é visto como uma figura capaz de amenizar as tensões entre a cúpula da Câmara e o governo.

Na mesma data, a Folha de S.Paulo informou que Motta rompeu relações com Lindbergh, afirmando não ter mais interesse em manter qualquer tipo de relacionamento com ele. Em resposta, Guimarães considerou a atitude de Motta "imatura" e apontou que a crise de confiança entre o governo e o presidente da Câmara se relaciona mais com as decisões tomadas por Motta.

Esse desentendimento pode agravar ainda mais a relação entre o Executivo e o Legislativo, em um momento em que também há descontentamento no Senado. Interlocutores de Lula acreditam que, apesar das tensões, há espaço para diálogo e entendimento.

Além disso, mencionam que a postura de Lindbergh em apoiar as pautas governamentais tinha respaldo do próprio presidente. Lula incentivou a disputa política na Câmara para barrar propostas contrárias ao governo, como a PEC da Blindagem e o projeto de lei antifacção, que foi relatado por Guilherme Derrite (PP-SP).

Relatos indicam que já foram convocados mediadores para suavizar o ambiente e evitar que as pautas de interesse do governo sejam prejudicadas. O recesso parlamentar está programado para iniciar em 23 de dezembro. Aliados do presidente ressaltam a necessidade de "reduzir a temperatura" e promover um diálogo que facilite os trabalhos na Câmara.

Nos últimos meses, a equipe de Motta expressou insatisfação com a atuação de Lindbergh, acusando-o de se exaltar nas discussões e prejudicar a imagem da Câmara. A cúpula também criticou o comportamento do deputado durante as reuniões, onde se comportava como se fosse o líder do governo, em vez de representar apenas a bancada do PT.

A recente votação do projeto de lei antifacção intensificou o desgaste nas relações entre Motta e Lindbergh. Aliados de Motta relataram descontentamento com a atuação do governo e seus ministros na tramitação da matéria, alegando que isso incentivou ataques à Câmara.

Após a votação, Lindbergh comentou que existe uma crise de confiança do Executivo em relação a Motta.