Lucro das operadoras de planos de saúde atinge R$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025
Crescimento de 64,4% em relação ao mesmo período do ano anterior destaca a performance do setor.

As operadoras de planos de saúde no Brasil registraram um lucro líquido de R$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025, conforme informações divulgadas nesta quinta-feira (11) pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Este valor representa o maior lucro para o período de julho a setembro desde o início da série histórica em 2018, com um aumento significativo de 64,4% em comparação aos R$ 2,9 bilhões do mesmo trimestre de 2024.
O lucro líquido é composto por resultados operacionais, financeiros e patrimoniais, considerando os efeitos de impostos e participações. No que diz respeito ao resultado operacional, que reflete a diferença entre receitas e despesas das operadoras, o setor alcançou R$ 2 bilhões, o maior valor desde 2020, quando o lucro foi de R$ 4,6 bilhões.
O resultado financeiro das operadoras também foi expressivo, com R$ 4,2 bilhões, o que representa o maior montante para o terceiro trimestre desde o início da série histórica da ANS.
Apesar do desempenho positivo, o diretor de normas e habilitação das operadoras da ANS, Jorge Aquino, alertou para a situação de aproximadamente 7,5 milhões de beneficiários que estão em operadoras sob acompanhamento econômico-financeiro especial. "Os dados mostram um momento positivo para as operadoras, mas ainda há um cenário de cautela", afirmou.
No acumulado do ano, o lucro líquido dos planos médico-hospitalares subiu para R$ 17,2 bilhões, superando o recorde anterior de R$ 15 bilhões registrado nos primeiros nove meses de 2020. O lucro operacional totalizou R$ 8,3 bilhões, enquanto o lucro financeiro chegou a R$ 11 bilhões, ambas as cifras são as maiores desde 2018.
O setor de planos de saúde enfrenta críticas recorrentes de consumidores, que citam problemas como cancelamentos de contratos e aumentos nas mensalidades. Em contrapartida, as operadoras alegam o aumento no custo dos serviços devido à adoção de novas tecnologias, especialmente em um cenário de envelhecimento populacional que eleva a demanda por cuidados de saúde.
O novo diretor-presidente da ANS, Wadih Damous, expressou a intenção de entender as queixas do setor, que, apesar de ser altamente lucrativo, frequentemente reclama de prejuízos. Ele também enfatizou a necessidade de uma regulação mais equilibrada que atenda tanto às necessidades das operadoras quanto às dos consumidores.
Considerando os planos médico-hospitalares e odontológicos, além das administradoras de benefícios, o lucro líquido foi de R$ 5 bilhões no terceiro trimestre e de R$ 17,9 bilhões no acumulado do ano até setembro de 2025, ambos os valores representando os maiores níveis históricos para esses períodos.