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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou neste sábado (20) que a França não tem poder suficiente para impedir a finalização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). A afirmação foi feita após o adiamento da assinatura do tratado, que estava prevista para hoje.

Durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), Lula revelou ter dialogado com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que manifestou interesse em assinar o acordo no início de janeiro.

Segundo o presidente, tanto von der Leyen quanto António Costa, presidente do Conselho Europeu, indicaram que a resistência da França, atuando isoladamente, não seria suficiente para bloquear o pacto. “Se ela estiver pronta para assinar e faltar apenas a França, não haverá possibilidade de o país impedir o acordo”, afirmou Lula.

O líder brasileiro expressou a expectativa de que o tratado seja formalmente assinado no primeiro mês da presidência paraguaia do Mercosul, que será liderada por Santiago Peña.

A Comissão Europeia planejava formalizar o acordo neste sábado, resultando na criação da maior zona de livre comércio do mundo, mas o cronograma foi alterado após a Itália se alinhar à França e solicitar mais tempo para negociar salvaguardas para o setor agrícola.

O acordo prevê, de maneira geral, a redução ou eliminação gradual das tarifas de importação e exportação, além da harmonização das normas para o comércio de produtos industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios.

As negociações, que já duram cerca de 25 anos, ganharam novo impulso nesta semana durante a reunião do Conselho Europeu, encerrada na sexta-feira (19), um dia antes da cúpula do Mercosul.