Lula critica operação no Rio que resultou em 121 mortes
Presidente classifica ação policial como 'desastrosa' durante COP30 em Belém

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre a operação policial que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro, descrevendo-a como uma 'matança' e um 'desastre'. A declaração foi feita durante uma entrevista a veículos de imprensa internacionais na terça-feira (4) em Belém, onde participa da COP30, conferência climática da ONU.
Lula ressaltou que, embora os números possam ser considerados um 'sucesso' sob a perspectiva da quantidade de mortes, a ação do Estado foi inadequada. 'A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança', afirmou, reiterando a necessidade de esclarecer as circunstâncias da operação.
O presidente também mencionou a possibilidade de envolvimento dos legistas da Polícia Federal na investigação do caso. Além disso, destacou a importância de um trabalho coordenado para combater o narcotráfico.
Após a coletiva, Lula usou suas redes sociais para abordar o assunto, mencionando o envio ao Congresso do PL Antifacção, que visa aumentar as penas para crimes relacionados a facções criminosas, e a PEC da Segurança Pública. Recentemente, o governo sancionou uma lei que criminaliza ataques e ameaças contra autoridades que atuam no combate ao crime organizado.
A operação em questão foi a mais letal da história do Rio, levando a um embate entre o governo federal e o governador do estado, Cláudio Castro (PL), que acusou o governo federal de não ter prestado apoio suficiente. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, refutou as acusações durante entrevista coletiva.
Desde seu retorno de viagem à Ásia, Lula tem priorizado o tema e pressionado sua equipe por celeridade no processo legislativo relacionado ao crime organizado. Embora a segurança pública seja competência dos estados, aliados do presidente acreditam que a crise pode impactar negativamente a imagem de sua gestão, que vinha apresentando índices de aprovação positivos.
Na ausência de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin convocou uma reunião de emergência com ministros para discutir a situação. O governo também anunciou a transferência de cerca de dez presos do Comando Vermelho para penitenciárias federais de segurança máxima, atendendo a um pedido do governador.