Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que ele deve se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é que esse encontro ocorra ainda esta semana, após o retorno de Lula de sua viagem à África do Sul, onde participou da Cúpula dos Líderes do G20.

A indicação de Messias foi oficializada na semana passada, em uma reunião no Palácio da Alvorada, mas gerou descontentamento em Alcolumbre, que preferia que Lula escolhesse Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado. Desde então, Alcolumbre tem sinalizado que poderá trabalhar contra a aprovação de Messias, até mesmo ironizando sua indicação e anunciando uma proposta polêmica que pode impactar o orçamento público.

A sabatina de Messias está marcada para o dia 10 de dezembro, e o prazo é considerado apertado, pressionando Lula e seus aliados a garantirem os 41 votos necessários no Senado para a aprovação. Em declarações à imprensa, Alcolumbre revelou que tomou conhecimento da indicação por meio da mídia e reiterou sua insatisfação com a falta de comunicação direta com o governo.

Além disso, a relação entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados também enfrenta tensões, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rompendo laços com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). Ambos foram convidados para uma cerimônia de sanção de um projeto de isenção do Imposto de Renda, mas ainda não confirmaram presença.

Interlocutores de Lula expressam preocupação com a postura de Alcolumbre, mas defendem a importância do diálogo. Eles destacam que a escolha dos nomes para o STF é prerrogativa do presidente e que Lula consultou diversas lideranças antes de oficializar Messias.

Por sua vez, Messias já iniciou conversas com líderes do Senado para tentar contornar as resistências à sua indicação. A aprovação no Senado é crucial, uma vez que é necessário o apoio de, pelo menos, 41 dos 81 senadores em votação secreta.