segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Lula enfrenta desafios após operação letal no Rio e pressões nas redes sociais

A recente ação policial no Rio de Janeiro provocou reações intensas e afetou a imagem do governo

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Lula enfrenta desafios após operação letal no Rio e pressões nas redes sociais
Foto: Divulgação

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Na última terça-feira (28), uma megaoperação contra a facção Comando Vermelho no Rio de Janeiro resultou em 121 mortes, tornando-se a mais letal da história do Brasil e colocando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma posição defensiva. A situação gerou apreensão entre seus aliados, que temem o impacto na imagem da gestão petista.

Com a segurança pública como um tema delicado para a esquerda, a operação, apoiada pelo governo do oposicionista Claudio Castro (PL), desviou a atenção de outros assuntos políticos, como as negociações em torno de tarifas propostas por Donald Trump, e unificou o discurso da direita, que estava fragmentado após os recentes escândalos envolvendo Eduardo e Jair Bolsonaro.

Uma pesquisa do Datafolha indicou que 57% dos moradores do Rio consideram a operação um sucesso, enquanto 39% têm uma visão negativa. Apesar disso, Lula não criticou publicamente a ação, o que contrasta com a postura tradicional da esquerda em situações similares. Em vez disso, o presidente optou por um silêncio estratégico, limitando-se a um comunicado nas redes sociais sobre a necessidade de um “trabalho coordenado” contra o tráfico de drogas, sem comprometer a segurança de inocentes.

A ausência de críticas a uma operação que resultou em tantas mortes é vista como uma estratégia para evitar desgaste político. Aliados de Lula estão preocupados que essa situação possa interromper o ciclo positivo que o governo vinha experimentando, enquanto a direita se mobiliza para atacar a gestão petista.

Governadores de direita, em um tom que lembra campanha eleitoral, se reuniram no Rio para apoiar Castro e anunciaram a formação do “Consórcio da Paz”, um grupo que visa ações conjuntas de combate ao crime organizado. Essa aliança foi criticada por membros do governo Lula, que veem nela uma tentativa de colocar o Brasil sob a influência do governo Trump e suas intervenções.

Apesar de reconhecer os riscos dessa crise para o governo federal, um aliado de Lula acredita que a questão da segurança pública não será, sozinha, decisiva nas eleições. A estratégia do governo agora será enfatizar que as ações contra o crime devem ser feitas com inteligência, evitando o confronto direto.

O Partido dos Trabalhadores (PT) encomendou pesquisas para entender melhor a percepção da população sobre a megaoperação, buscando formular uma resposta objetiva e eficaz à narrativa da oposição.