segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ao vivo
Política

Lula foca na aprovação de Messias e adia discussão sobre sucessão na AGU

Prioridade do presidente é garantir a sabatina do novo indicado ao STF antes de tratar da sucessão na Advocacia-Geral da União.

Política2 min de leitura
Lula foca na aprovação de Messias e adia discussão sobre sucessão na AGU
Foto: Divulgação

Publicidade

Anuncie aqui

Aliados do presidente Lula (PT) afirmam que a definição do novo titular da Advocacia-Geral da União (AGU), em substituição a Jorge Messias, só será discutida após a sabatina no Senado. O foco principal do presidente é assegurar a aprovação de Messias para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta quinta-feira (20), Lula anunciou oficialmente a indicação de Messias para a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, contrariando a cúpula do Senado, que apoiava a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa e aliado próximo de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Alcolumbre expressou descontentamento com a escolha de Messias e comunicou a interlocutores que tentará dificultar a aprovação do novo indicado.

Segundo os apoiadores de Lula, os nomes que estão sendo cogitados para suceder Messias na AGU ainda não foram debatidos com o presidente e são defendidos por apoiadores dos próprios candidatos. Eles enfatizam que, até a realização da sabatina, Messias permanecerá à frente da AGU e que a discussão sobre um sucessor ocorrerá em um momento posterior.

Entre os nomes que podem ser considerados estão o advogado-geral substituto, Flavio Roman, a secretária-geral de Contencioso, Isadora Cartaxo, a procuradora da Fazenda, Anelize Almeida, a procuradora-geral Federal, Adriana Venturini, e a procuradora-geral da União, Clarice Calixto. A procuradora federal Manuellita Hermes também é citada como possível opção.

De acordo com interlocutores de Lula, a escolha de uma mulher para a AGU ajudaria a minimizar críticas após a indicação de mais um homem branco para o STF. A oficialização da escolha de Messias no Dia da Consciência Negra gerou críticas, até mesmo entre aliados do presidente.

Um conselheiro frequente de Lula sugere que o presidente pode optar pela continuidade na gestão da AGU, mencionando o nome de Roman como uma escolha segura. Ele também afirma que, caso reeleito em 2026, Lula deverá indicar mulheres para o STF, ressaltando que escolher uma advogada-geral não aliviaria essa pressão.

Aliados do presidente afirmam que a discussão sobre um sucessor deve ser postergada para não interferir na análise da indicação de Messias no Senado. Abordar o assunto neste momento poderia dar a impressão de que já consideram sua aprovação garantida, desconsiderando o diálogo necessário com os parlamentares.

Além disso, isso poderia criar uma duplicidade de comando na AGU, já que Messias permanecerá no cargo enquanto sua indicação é avaliada no Senado. Três aliados que se reuniram recentemente com Lula afirmam que não houve menção a possíveis substitutos durante as conversas sobre a indicação de Messias ao STF.

A indicação para o STF é uma prerrogativa da Presidência da República, mas requer a aprovação de pelo menos 41 dos 81 senadores em uma votação secreta.