segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Mais de 400 milhões de crianças vivem em situação de pobreza no mundo

Relatório do Unicef destaca a gravidade da pobreza infantil global e suas implicações

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Mais de 400 milhões de crianças vivem em situação de pobreza no mundo
Foto: Divulgação

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Um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), intitulado "Situação Mundial das Crianças 2025: Erradicar a Pobreza Infantil – Nosso Dever Comum", revela que 417 milhões de crianças enfrentam severas privações em saúde, educação e bem-estar.

O estudo, que analisa dados de mais de 130 países de baixa e média renda, aborda a pobreza de forma multidimensional, conforme explica Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do UNICEF no Brasil. "A pobreza vai além da falta de renda. Crianças estão em situação de pobreza multidimensional quando não têm acesso a nutrição, água, abrigo, educação e cuidados de saúde essenciais para sua sobrevivência e desenvolvimento", afirma.

O relatório examina seis categorias: educação, saúde, moradia, nutrição, saneamento e água. A principal privação identificada é a falta de saneamento, com 65% das crianças em países de baixa renda sem acesso a banheiros. Esse número diminui para 26% em países de renda média-baixa e para 11% em nações de renda média-alta.

Além disso, o estudo destaca a pobreza monetária, revelando que mais de 19% das crianças vivem com menos de US$ 3 por dia, o que equivale a aproximadamente R$ 16. Quase 90% dessas crianças estão localizadas em países africanos ao sul do Deserto do Saara e no sul da Ásia.

Apesar da alarmante situação, o relatório aponta alguns avanços. Liliana Chopitea enfatiza a importância da vontade política para combater a pobreza em todas as suas formas. "Os países precisam priorizar o enfrentamento da pobreza infantil, implementando políticas públicas integradas, incluindo proteção social nos orçamentos nacionais", ressaltou.

No Brasil, o último relatório do Unicef sobre pobreza multidimensional, divulgado em janeiro deste ano, indica que o número de crianças e adolescentes nessa condição caiu de mais de 34 milhões em 2017 para cerca de 29 milhões em 2023. O aumento da renda, em especial devido à ampliação do Bolsa Família e à melhoria no acesso à informação, foram fatores determinantes para essa redução.

O representante do UNICEF, Bainvel, alerta que 2024 se configura como o pior ano para a infância desde a Segunda Guerra Mundial, com um aumento da pobreza, violência, falta de vacinas e milhões de crianças deslocadas. O Unicef pede novas estratégias globais e financiamento adequado para garantir os direitos das crianças.