segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Mercado em queda: Dólar e Bolsa reagem a prisão do dono do Banco Master

Liquidação do banco gera apreensão no setor financeiro e afeta negociações.

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Mercado em queda: Dólar e Bolsa reagem a prisão do dono do Banco Master
Foto: Divulgação

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SÃO PAULO, SP - A Bolsa de Valores brasileira apresentou queda nesta terça-feira (18), influenciada pela liquidação do Banco Master e pela prisão de seu proprietário, Daniel Vorcaro. O caso gerou apreensão no mercado financeiro, que teme que os principais bancos do país tenham que arcar com custos elevados para compensar as perdas do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em relação às indenizações aos investidores do Banco Master.

Às 15h05, o índice da Bolsa registrava uma queda de 0,16%, atingindo 156.741 pontos. O dólar também recuava, apresentando uma desvalorização de 0,19%, cotado a R$ 5,321, em meio à cautela dos operadores quanto ao futuro da taxa de juros nos Estados Unidos.

A detenção de Daniel Vorcaro, que ocorreu no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, pegou o mercado de surpresa. O banqueiro se preparava para embarcar em um voo particular e, segundo a Polícia Federal, havia suspeitas de que ele tentava deixar o país para evitar a prisão. No entanto, seus advogados afirmam que ele estava a caminho de Dubai para formalizar a venda do Banco Master para investidores sauditas, situação que foi anunciada na véspera pela Fictor Holding Financeira.

A prisão de Vorcaro faz parte da Operação Compliance Zero, que investiga uma fraude estimada em R$ 12 bilhões envolvendo o Banco Master. Augusto Lima, sócio de Vorcaro, também foi detido.

O Banco Central, após a prisão, confirmou a liquidação do Banco Master, o que deve resultar na maior operação de resgate do FGC até hoje. O fundo, que atua como uma rede de proteção para os depositantes em caso de falência de instituições financeiras, precisará cobrir entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões em depósitos.

Ainda que não haja risco imediato para o sistema financeiro, já que o FGC possui mais de R$ 120 bilhões disponíveis, bancos poderão ser solicitados a contribuir com valores adicionais para manter a liquidez do fundo. Isso pode incluir um aumento na alíquota de contribuição e a antecipação de pagamentos para os próximos cinco anos.

Grandes instituições bancárias, que geralmente possuem mais depósitos, terão um prazo de algumas semanas para transferir os recursos necessários ao FGC. Segundo Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos, o risco de solvência do setor já era um alerta há tempos.

Os efeitos no mercado de ações são visíveis, com o Banco do Brasil liderando as quedas ao recuar 1,96%, seguido pelas ações do Bradesco, que caíram 0,67% e 0,49%, respectivamente, em suas modalidades preferenciais e ordinárias. O Itaú teve uma redução de 0,3%, enquanto o Santander desvalorizou 0,21%.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que a reação do mercado reflete preocupações sobre o FGC exigir contribuições extras dos bancos. Apesar da volatilidade atual e do impacto no Ibovespa, ele acredita que o evento não compromete os fundamentos do sistema financeiro nacional.

No mercado cambial, a situação do Banco Master não alterou significativamente as cotações, já que os investidores estão focados nas indicações sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. A possibilidade de