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No sul da Bahia, agricultores estão implementando um inovador sistema de cultivo que combina a produção de cacau com árvores nativas, contribuindo para a bioeconomia local.

De acordo com Mickael Mello, engenheiro florestal e gerente de viveiro da Symbiosis, a prática não apenas gera serviços ambientais, mas também estimula a biodiversidade e assegura retornos financeiros significativos para os produtores.

Esse modelo desafia a antiga crença de que a monocultura é a única forma eficaz de cultivo e de que a silvicultura é uma empreitada dispendiosa e de longo prazo.

Cabruca Tecnológica

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Inspirado no sistema Cabruca, que envolve o cultivo de cacau sob a sombra de árvores nativas da Mata Atlântica, o novo modelo prioriza espécies locais de valor comercial e também oferece benefícios ambientais.

Segundo Mello, as vantagens incluem proteção contra eventos climáticos extremos, enriquecimento do solo, redução da dependência de insumos químicos e combate a pragas como a vassoura-de-bruxa, que afetou severamente a produção de cacau na região.

A Cabruca tecnológica do século 21 começa com a seleção de matrizes, passando pelo melhoramento genético até a produção de sementes e mudas de alta produtividade, resultando em melhorias na qualidade do cultivo e impulsionando o reflorestamento.

O sul da Bahia abriga uma rica biodiversidade e é uma área crucial para a conservação da Mata Atlântica. Mello observa que as mudas cultivadas ajudam a enriquecer o microclima, atraindo polinizadores e melhorando a qualidade da água, além de contribuir para a adaptação às mudanças climáticas.

Essa alternativa sustentável e de baixo carbono fortalece a resiliência do sistema produtivo e torna o cacau mais atrativo para os compradores. O engenheiro ressalta que o modelo não só proporciona retorno a longo prazo, mas também amplia a oferta de madeira de origem sustentável, reduzindo a pressão sobre o desmatamento ilegal e promovendo benefícios econômicos, sociais e ecológicos.