Moraes mantém prisão de Bolsonaro na Superintendência da PF em Brasília
Ex-presidente cumprirá pena de 27 anos e 3 meses após condenação por trama golpista

BRASÍLIA, DF - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu manter Jair Bolsonaro (PL) preso na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal. A decisão foi oficializada nesta terça-feira (25), após a condenação definitiva do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de reclusão.
Moraes também declarou o trânsito em julgado dos demais réus envolvidos na trama golpista e ordenou a prisão daqueles que ainda estavam em liberdade. Entre eles, os ex-ministros Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, que também iniciaram o cumprimento de suas penas.
Bolsonaro, que está detido desde o último dia 22 na Superintendência da PF, foi tornado réu em março deste ano e declarado culpado em setembro, marcando um desfecho para um processo que se arrastou por pelo menos oito meses.
Em sua determinação, o STF certificou que os acórdãos publicados em 18 de novembro de 2025 transitaram em julgado em 25 de novembro de 2025, encerrando o processo e iniciando a contagem do cumprimento da pena. Antes disso, Bolsonaro cumpria medidas cautelares e, desde o final da semana passada, estava sob prisão preventiva, que foi determinada devido ao risco de fuga.
O ex-presidente havia tentado violar sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, o que admitiu a agentes penitenciários, alegando curiosidade. A equipe médica que o acompanha relatou um quadro de 'confusão mental e alucinações', atribuindo isso à interação medicamentosa. Durante audiência de custódia, Bolsonaro mencionou ter agido impulsivamente devido a uma 'certa paranoia' causada por medicamentos.
Enquanto isso, quatro dos condenados do núcleo central da trama golpista, todos militares, apresentaram recursos ao STF, mas a defesa de Bolsonaro optou por não recorrer.
O ex-presidente foi condenado pela Primeira Turma do STF em 11 de setembro, sendo a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é punido por tentativa de golpe de Estado.