Queda nas ações de empresas francesas após novo marco de vales-refeição no Brasil
Mudanças nas regras geram impacto financeiro e incertezas para Edenred e Pluxee

As ações das empresas francesas Pluxee e Edenred registraram quedas significativas na bolsa de Paris nesta quarta-feira, 12, após a implementação de um novo marco regulatório para os vales-refeição e alimentação no Brasil. Por volta das 7h35 (horário de Brasília), os papéis da Pluxee caíam 11%, enquanto os da Edenred apresentavam uma baixa de 9%.
No dia anterior, 11, o governo brasileiro anunciou a reformulação do setor, com o objetivo de aumentar a concorrência. A Edenred, que oferece serviços de pagamento, afirmou ter sido pega de surpresa pelas alterações, especialmente no que diz respeito à taxa de desconto aplicada aos estabelecimentos e ao prazo de reembolso. A companhia ressaltou que os novos termos divergem substancialmente do que havia sido previamente discutido com o governo e a associação do setor.
Com a nova legislação, a Edenred projeta que seu Ebitda orgânico de 2026 poderá ficar entre 8% e 12% abaixo do que havia sido estimado, que inicialmente previa um crescimento de 2% a 4%. O segmento de vales-refeição e alimentação no Brasil representou 9,5% da receita operacional da Edenred em 2024.
A Pluxee, por sua vez, expressou preocupação em relação à sustentabilidade a longo prazo do programa de alimentação para trabalhadores, apontando um risco maior de descumprimento e uso indevido, especialmente em contratos com o setor público. A empresa anunciou que avaliará os impactos financeiros e possíveis ações mitigadoras após a publicação do decreto completo. Ambas as empresas estão considerando a possibilidade de ações judiciais contra as novas regulamentações.
A principal mudança introduzida pelo novo marco é a estipulação de um teto de 3,6% para a taxa cobrada de restaurantes pelas empresas de tíquete. O setor permanece dividido sobre as novas diretrizes, e as empresas terão um prazo de 90 dias para se adequar às novas regras.