Recorde nas Exportações Brasileiras em Outubro, Mesmo com Tarifa dos EUA
Aumento nas vendas para a Ásia e Europa contrabalança queda nas exportações para os Estados Unidos.

As exportações do Brasil atingiram um recorde histórico em outubro, com um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando US$ 31,97 bilhões. Esse aumento ocorreu apesar da significativa queda de 37,9% nas vendas para os Estados Unidos, impactadas pelo tarifaço do governo norte-americano.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). As importações também apresentaram crescimento, somando US$ 25,01 bilhões e resultando em um superávit comercial de US$ 6,96 bilhões.
A retração nas exportações para a América do Norte, que caiu 24,1%, foi a única região a registrar redução no mês. O principal fator dessa queda foi a diminuição de 82,6% nas vendas de petróleo, o que representa uma perda de US$ 500 milhões. Além disso, houve recuos nas exportações de celulose (43,9%), óleos combustíveis (37,7%) e aeronaves e partes (19,8%).
Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, ressaltou que até produtos não tarifados, como óleo combustível e celulose, também apresentaram queda nas vendas.
Por outro lado, o aumento das exportações para a Ásia foi significativo, com um crescimento de 21,2%, impulsionado por países como China (33,4%), Índia (55,5%), Cingapura (29,2%) e Filipinas (22,4%). Produtos como soja (64,5%), óleos brutos de petróleo (43%) e carne bovina (44,7%) se destacaram nas vendas.
As exportações para a Europa também cresceram, com um aumento de 7,6%, destacando-se os minérios de cobre (823,6%) e carne bovina (73,4%). Na América do Sul, as vendas alcançaram alta de 12,6%, principalmente devido ao aumento dos embarques de óleos brutos de petróleo (141,1%).
Brandão observou que as exportações para os Estados Unidos vêm apresentando uma redução constante nos últimos três meses, com quedas de 16,5% em agosto, 20,3% em setembro e 37,9% em outubro. Segundo ele, essa tendência não se deve apenas às tarifas, mas também a uma possível diminuição na demanda americana.