O Senado está prestes a aprovar a recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) após a sabatina marcada para esta quarta-feira (12). No entanto, espera-se que o resultado seja mais apertado em relação à votação de 2023, quando Gonet obteve 65 votos favoráveis e 11 contrários.

Com a necessidade de pelo menos 41 votos para a aprovação, a mudança de clima entre os senadores bolsonaristas e recentes denúncias têm gerado uma expectativa de diminuição no apoio ao procurador-geral. Apesar disso, alguns líderes, como Carlos Portinho (PL-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI), acreditam que Gonet será aprovado sem grandes dificuldades.

A insatisfação do grupo bolsonarista se deve, em parte, às acusações feitas pela PGR contra Jair Bolsonaro no contexto da tentativa de golpe, que resultou em uma condenação de 27 anos de prisão ao ex-presidente. Lula, por sua vez, assinou a recondução de Gonet antes de sua manifestação no julgamento, o que, segundo auxiliares do presidente, fortaleceu a posição do procurador em um momento de alta tensão política.

Outro ponto que contribui para a insatisfação é a denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, que se tornou uma figura polêmica entre os apoiadores de Bolsonaro.

Gonet, que já foi vice-procurador-geral eleitoral durante a gestão de Augusto Aras, é considerado mais alinhado internamente do que seu antecessor. Ele também conta com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), embora tenha adotado uma postura discreta, evitando campanhas abertas por sua recondução.

A sabatina ocorrerá às 9h e, à tarde, o plenário do Senado deve votar a recomendação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A expectativa é que mesmo os senadores críticos ao trabalho de Gonet modifiquem seu tom para evitar conflitos, visto que ele deve continuar à frente da PGR pelos próximos dois anos.