TCU inicia processo que pode cancelar renovação do contrato da Enel em São Paulo
Tribunal de Contas da União analisa solicitação após apagão que afetou milhões de imóveis na região.

SÃO PAULO, SP - O Tribunal de Contas da União (TCU) deu início, nesta segunda-feira (15), a um processo que pode levar à suspensão da renovação do contrato da Enel, distribuidora de energia em São Paulo. A ação foi provocada por uma representação do subprocurador Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público do TCU, que solicitou a paralisação de qualquer andamento referente à renovação da concessão da empresa, prevista para 2028.
A Enel já requereu a extensão de sua concessão por mais 30 anos, mas a decisão final depende do governo federal. O caso ficará sob a relatoria do ministro Augusto Nardes, embora ainda não haja uma decisão formal ou documentos disponíveis sobre o assunto.
A manifestação do subprocurador surge na esteira de um apagão ocorrido na última quarta-feira (10), causado por um ciclone extratropical, que deixou aproximadamente 2,2 milhões de imóveis sem energia nas áreas atendidas pela Enel na Grande São Paulo. Até a tarde de hoje, 63.174 unidades ainda permaneciam sem fornecimento de energia.
Na última sexta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar que obriga a empresa a restabelecer a energia em um prazo de 12 horas, estabelecendo uma multa de R$ 200 mil por hora de atraso. Em resposta a uma ação do Ministério Público estadual, a Enel afirmou que 99% dos clientes afetados pelo ciclone tiveram o fornecimento reestabelecido até o sábado, embora não tenha mencionado a liminar.
O Ministério de Minas e Energia alertou, em nota divulgada no domingo (14), que a Enel poderá perder sua concessão caso não atenda aos padrões de qualidade e às obrigações contratuais estabelecidas pela regulação do setor, embora não tenha esclarecido quais condições poderiam levar a essa perda.