O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressou sua crença na possibilidade de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ser assinado neste sábado, 20, durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu, Paraná. Entretanto, Vieira enfatizou que esta representa a última oportunidade para a conclusão do acordo entre os blocos, alertando que, caso não se chegue a um consenso, as negociações se encerrariam.

“Se não for concluído agora, não há mais o que se negociar em termos substantivos. E nós vamos dirigir nossa atenção e energias para outros parceiros importantes que estão na fila”, declarou o ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na última quinta-feira, 18. Apesar do cenário desafiador, ele se mostrou otimista, ressaltando que a maioria dos países está a favor do acordo. “Acho que a União Europeia também tem presente a importância de fazer este acordo neste momento, sobretudo quando estamos vivendo um desequilíbrio nas relações externas de todos os países”, acrescentou Vieira, destacando que o acordo representa uma “rede de proteção” para ambas as partes.

As declarações de Mauro Vieira ecoam as palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, durante a reunião ministerial na quarta-feira, 17, afirmou que esta seria a última oportunidade para um acordo, pelo menos durante seu mandato. “Se não fizer agora, o Brasil não fará mais enquanto eu for presidente”, enfatizou Lula, acrescentando que a postura futura do Brasil será mais rígida caso o acordo não se concretize.

O chanceler também comentou sobre a expansão da presença brasileira em novos mercados externos, prevendo um aumento das exportações em cerca de 33 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. Ele destacou que, para a agropecuária, foram abertos 500 novos mercados devido às iniciativas do presidente Lula em suas viagens internacionais.

“O presidente Lula é o maior divulgador do Brasil e isso é desde o seu primeiro mandato. Neste terceiro mandato, teve um número inacreditável de mais de 60 encontros diretos com chefes de Estado estrangeiros”, ressaltou.

Por outro lado, produtores europeus têm manifestado preocupações de que o tratado possa prejudicar setores agrícolas da União Europeia, especialmente nas áreas de carne bovina, aves, açúcar e soja.